O poder das palavras: como usar linguagem positiva e negativa no copywriting
Análise do impacto da linguagem na percepção do cliente e nas vendas. Entenda como aplicar a linguagem positiva e negativa no copywriting para impactar as pessoas do jeito certo.
Na publicidade, as palavras têm um poder imenso de influenciar a percepção do cliente e, consequentemente, os resultados de vendas. A escolha entre linguagem positiva e negativa no copywriting pode ser determinante para a maneira como a mensagem é recebida e a ação que o leitor decide tomar. Cada uma dessas abordagens pode ser útil, dependendo do objetivo e do público-alvo, e compreender seu impacto é essencial para redatores que desejam otimizar suas estratégias de comunicação.
O impacto da linguagem positiva
A linguagem positiva é aquela que foca em soluções, benefícios, melhorias e sentimentos bons. Ela tende a inspirar e gerar uma associação emocional favorável com o produto ou serviço. Uma copy que usa termos positivos frequentemente trabalha o lado aspiracional do público, mostrando como a solução pode melhorar suas vidas ou resolver problemas de forma eficiente.
Exemplo de uso de linguagem positiva:
- "Com nosso software, você simplificará suas tarefas diárias e terá mais tempo livre para aproveitar o que realmente importa."
Neste caso, as palavras "simplificar", "mais tempo livre", e "aproveitar" criam uma sensação de alívio e benefício. Esse tipo de abordagem é frequentemente eficaz em copywriting para produtos e serviços de bem-estar, produtividade, e inovação.
Quando usar a linguagem positiva
- Quando o foco principal é vender uma transformação ou solução.
- Para criar um ambiente de otimismo e confiança na oferta.
- Ao lidar com públicos que buscam melhorar algo em suas vidas ou resolver um problema com facilidade.
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O impacto da linguagem negativa
A linguagem negativa, por outro lado, utiliza termos que ressaltam riscos, perdas e problemas que o público pode enfrentar se não tomar uma determinada ação. Isso pode ser uma forma poderosa de despertar a atenção, especialmente ao apelar para o medo de perder oportunidades ou de enfrentar consequências indesejadas. Esse tipo de abordagem costuma ser mais direta e pode ser altamente eficaz quando bem dosada.
Exemplo de uso de linguagem negativa:
- "Não perca mais tempo com soluções ineficazes que só desperdiçam seu dinheiro."
Palavras como "perder", "ineficaz", e "desperdiçar" evocam o medo de tomar a decisão errada. Esse medo pode ser um grande motivador, especialmente em contextos em que o público está insatisfeito ou preocupado com problemas concretos.
Quando usar a linguagem negativa
- Quando você deseja despertar um senso de urgência.
- Para destacar um problema significativo ou uma dor do cliente.
- Em situações onde a ausência de ação pode resultar em prejuízos claros, como em vendas de seguros ou serviços financeiros.
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Qual escolher? Positiva ou negativa?
A escolha entre linguagem positiva e negativa no copywriting depende muito do contexto e do público. Ambas têm o potencial de converter leitores em clientes, mas seu impacto varia:
Linguagem positiva
É ideal para criar empatia e motivar através de benefícios, sendo amplamente utilizada em lançamentos de novos produtos, campanhas de lifestyle e soluções inovadoras.
Linguagem negativa
É mais eficaz em situações onde você deseja evitar que o leitor procrastine ou quando o foco está em resolver problemas graves, evitando erros ou perdas.
Equilíbrio é a chave
Em muitos casos, a combinação de ambas pode ser a solução mais eficaz. Usar um pouco de linguagem negativa para destacar um problema e, em seguida, empregar a linguagem positiva para oferecer a solução é uma fórmula testada e aprovada por muitos copywriters. Essa alternância cria uma narrativa de problema-solução, que costuma ser altamente envolvente.
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Exemplo de combinação
- "Está cansado de perder horas do seu dia com tarefas manuais? Nosso software resolve esse problema, automatizando seu fluxo de trabalho e dando a você mais tempo livre."
Aqui, o uso de "cansado" e "perder horas" evoca o desconforto e frustração do problema, mas imediatamente oferece alívio com "resolve esse problema" e "mais tempo livre".
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Aplicação do conceito de "dor e sonho"
Uma das fórmulas consagradas no copywriting é o conceito de "Dor e Sonho", no qual a dor é o problema que o público está enfrentando e o sonho é o que o produto promete entregar. Isso se alinha bem ao uso estratégico de linguagem negativa e positiva.
Dor
Enfatiza os problemas (usando uma linguagem negativa). Ex: "Seus concorrentes estão ficando à frente porque você ainda está usando ferramentas antiquadas."
Sonho
Apresenta a solução e o benefício final (usando uma linguagem positiva). Ex: "Com nossa ferramenta moderna, você dominará o mercado e aumentará sua produtividade."
A importância da escolha das palavras certas
A escolha das palavras em uma copy faz toda a diferença no impacto que você deseja causar. Ambas, a linguagem positiva e negativa no copywriting, têm seu lugar e podem ser usadas estrategicamente para moldar percepções e direcionar a ação do cliente. Ao equilibrar essas abordagens e adaptar seu uso ao público e ao contexto, você pode aumentar a eficácia da sua copy e maximizar suas conversões.
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Joe Sugarman e a linguagem positiva e negativa no copywriting
Um copywriter que aborda o impacto das palavras e o uso de linguagem positiva e negativa no copywriting é Joseph Sugarman. Sugarman, autor de The Adweek Copywriting Handbook e um renomado copywriter dos EUA, é conhecido por suas estratégias detalhadas de persuasão e como ele usava tanto a linguagem positiva quanto a negativa para criar impacto emocional nas vendas.
Sugarman discute frequentemente o poder de conectar com o leitor por meio das emoções, e ele enfatiza a importância de construir uma jornada emocional que move o leitor desde o reconhecimento de um problema (linguagem negativa) até a visão de uma solução (linguagem positiva). Ele explorou como o cérebro reage a estímulos de perigo, perda e ganho, algo que se reflete diretamente na escolha de termos negativos e positivos para maximizar a eficiência de uma copy.
Sugarman destacava que o cérebro humano é naturalmente mais sensível a estímulos negativos. Isso significa que, ao reconhecer e nomear dores, frustrações ou perdas potenciais do cliente, você desperta uma resposta emocional mais forte. Ele usava essa abordagem ao apresentar um problema ou necessidade de forma clara no início de uma copy — isso criava uma "dor" que o leitor sentia e queria resolver. Esse conceito está presente em um dos princípios de Sugarman, onde ele afirma que a copy deve ser uma "cadeia de pensamento contínua", prendendo o leitor desde a dor inicial até a solução.
Exemplo prático
Nos seus anúncios para calculadoras eletrônicas, Sugarman usou uma combinação de linguagens negativa e positiva de forma bastante eficaz. Ele começava mencionando como a maioria das pessoas se frustrava ao fazer cálculos manuais, uma dor evidente (linguagem negativa). Depois, ele mostrava como a sua calculadora poderia resolver esse problema com facilidade e precisão, trazendo alívio e conveniência (linguagem positiva). Essa transição emocional de dor para alívio criava uma experiência poderosa que fazia o leitor se identificar com o produto.
Sugarman também falava sobre o medo da perda como um poderoso gatilho psicológico, que pode ser alavancado com uma linguagem negativa. Em seus anúncios, ele muitas vezes destacava o que o cliente poderia estar perdendo ou deixando de aproveitar ao não usar um produto. Por exemplo, ao vender um purificador de ar, ele focava nos riscos de não proteger sua família contra poluentes invisíveis no ar, como um alerta inicial, antes de oferecer a solução com a máquina.
Por outro lado, Sugarman também era um grande defensor do poder da linguagem positiva no fechamento de vendas. Ele acreditava que, uma vez que a dor fosse estabelecida e o público estivesse emocionalmente engajado, era essencial criar uma visão clara e positiva de como a vida do cliente seria melhor após a compra. Isso transformava a copy em algo esperançoso e visionário, inspirando o desejo pela transformação que o produto ou serviço traria.
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Lições de Sugarman para o uso de linguagem positiva e negativa no copywriting
1. Use a dor para capturar a atenção
Comece com uma forte linguagem negativa que identifique o problema que o público enfrenta. Isso desperta a atenção emocional.
2. Apresente a solução de maneira otimista
À medida que o copy avança, transite para uma linguagem positiva, mostrando como o produto resolve o problema e oferecendo uma visão mais alegre e sem preocupações.
3. Alterne sabiamente entre perda e ganho
Um truque de Sugarman era balancear a sensação de perder algo com a sensação de ganho. Ao criar um senso de urgência ou escassez, o leitor sente medo de perder a oportunidade e, ao mesmo tempo, deseja o benefício positivo que a solução oferece.
4. Trabalhe com a linguagem positiva e negativa no copywriting visando a percepção do cliente
Sugarman ilustra bem o princípio de que a linguagem molda a percepção. A forma como você descreve tanto o problema quanto a solução tem o poder de alterar a maneira como o cliente vê a situação, influenciando diretamente suas emoções e decisão de compra.
Agora que entendeu as diferenças entre linguagem positiva e negativa no copywriting, confira também como construir uma jornada do cliente no copywriting.